sábado, 15 de dezembro de 2012

Trava boca

O meu desejo trava na boca
A palavra que cala se trai
Num pedaço da roupa que cai

Rosalina Marcondes


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Metempsicose

"L'ame ne demeure qu'une seule fois dans un corps sensible;
au reste – un cheval, un chien, un homme même,
n'est que la ressemblance peu tangible de ces animaux".
(in "Metzengerstein", de Edgar Allan Poe)

Tradução livre: 
"A alma habita apenas uma vez um corpo sensível
Depois disso - um cavalo, um cachorro, mesmo um homem
Ela não passa de mera semelhança pouco tangível desses animais"






Sua carne voluptuosa roçando minhas nádegas 
Qual cavalo indomável
Penetra impiedosamente
E provoca-me com malícia
Tornando o orgasmo espasmo lacônico
Curto e violento!
Presença perene em minhas entranhas ...

Rosalina Marcondes



domingo, 25 de novembro de 2012

Consumidores de desigualdade


O fim do mundo começa hoje, daqui a 50 metros, daqui a 50 civis mortos pela Polícia Militar sob a acusação não comprovada de envolvimento com o PCC. Os números comparativos da violência na Capital de São Paulo entre 2011 e 2012 registram crescimento dos casos de homicídios, seja porque a Polícia escolhe na sorte (ou azar?) os participantes da facção criminosa, seja porque falseou os números do ano passado. Lembro que em 2011, enquanto o Governo do Estado de São Paulo alardeava a queda da violência, alguns jornais noticiavam também que os números então divulgados estavam maquiados, pois desconsideravam uma série de ocorrências que faziam os tais registros serem bem maiores. Esse é o típico caso do feitiço que virou contra o feiticeiro, e mesmo trocando os números, ou trocando o Secretário de Segurança, a violência e a desiguldade em São Paulo continuarão iguais: sempre enormes! O triste é que as pessoas só acreditam nisso se passar no Fantástico. Ontém presenciei uma batida policial na Rua da Consolação, em que 4 policiais revistavam maios ou menos umas 50 pessoas de uma vez. Coincidentemente, a grande maioria delas era negra. É a Black Friday da Polícia de São Paulo, festa da humilhação corporativa. E essa tal de black friday, inovação capitalista trazida dos states para o Brasil, não passa de mais uma desculpa, a exemplo do dia das mães, pais, crianças, avós, canários e etc, para empurrar a preços supostamente mais baixos produtos que as pessoas não precisam comprar. E os descontos são tão falseados quanto os números da violência em São Paulo de 2011. Tudo mentira! E a maioria dessas pessoas que fica feliz em aproveitar as tais "ofertas" pragueja contra o feriado da Consciência Negra, porque o Brasil seria um país miscigenado, de oportunidades iguais. Mas quando se trata de oferta de trabalho, é tudo bem diferente, basta verificar a predominância em quase todos os estados brasileiros de mulheres negras que trabalham como empregadas domésticas, segundo dados do IPEA e do IBGE, sendo que as domésticas negras ganham menos que as brancas e são menos registradas também. Nessa semana as trabalhadoras domésticas conquistaram mais direitos trabalhistas, originando uma manchete num jornal de Pernambuco onde se dizia que ficaria mais caro "ter" empregada. Conforme especialistas no assunto, aproximadamente 50 reais a menos em no bolso dos patrões e patroas, de onde sai muito mais para aproveitar a Black Friday. E se tem dia pra tudo, porque também não criar o dia do mensalão? Parece piada mas não é. Existe uma proposta nesse sentido na Câmara dos Deputados, para comemorar o resultado de um julgamento em que foi possível tripudiar sobre a fama de partido ético do PT. Agora tá tudo certo, não temos mesmo nenhum partido ético ou dotado de linha ideológica clara. Vamos comemorar! Não porque se julgou uma prática de corrupção deletéria à democracia, mas porque o PT ocupava o banco dos réus. Mas será que as práticas de corrupção de outros partidos também serão julgadas? Ou a tal teoria do domínio do fato foi alinhavada só para condenar José Dirceu? Condenado mesmo foi José Serra pelo PSDB, nocauteado pelos colegas de partido em programas de entrevistas, após a derrota para Fernando Haddad na disputa pela prefeitura de São Paulo. Tudo para preservar a imagem do partido. Procedimento tão deprezível quanto a compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique em 1998. Tá vendo, até voto se compra. Aliás, esse é um produto bastante antigo no mercado, cujo valor, segundo a opinião pública, se modifica dependendo do território: se é nos Estados Unidos, é lindo! mas se é no Brasil, é um fardo que deveria se tornar facultativo. O voto é um direito, sendo ele facultativo ou obrigatório. Ponto! Mais uma vez, diferença. Mas agora temos um Presidente do STF negro, o único entre 11 Ministros, Joaquim Barbosa. Nas notícias sobre a posse, a parte mais importante do discurso foi cortada, porque feria de morte os interesses dos grandes empresários brasileiros, aqueles que conseguem empréstimos enormes do BNDES, e depois culpam a alta carga tributária brasileira pelo custo Brasil. Quem pensa que o Governo Executivo é o único responsável pelas mazelas de nosso país está enganado, porque por trás de cada mazela existe um empresário lucrando com isso. Com a desigualdade, com a black friday, com a felicidade da chamada classe "c" por poder consumir mais. A felicidade se compra em qualquer mercado, no seu nome escrito numa lata de coca-cola. Não entendo essa corrida à procura do nome da família inteira num refrigerante, porque eu corro dela. Isso é um cuspe na cara do consumidor: estamos fazendo você comprar um produto porque tem o seu nome, que nós usamos sem lhe pagar nenhum direito! Legal mesmo seria uma competição para ver qual nome seria o mais encontrado nas latinhas jogadas nas sarjetas: José (Serra, Dirceu), Marcos (Valério), Daniel (Dantas) ou Eike (Batista)? Neste caso, só as latinhas vão pra sarjeta mesmo, porque preferimos comprar coca-colas nomeadas a registrar nossas domésticas, porque a desigualdade leva as pessoas para serem revistadas nas ruas de São Paulo, daqui a 50 metros, daqui a 50 anos, daqui a 50 poiliciais militares (todos de baixo escalão, de milícias ou não) mortos...

Débora Aligieri

OBSESSIVA

Ouço obsessivamente a mesma música,
Amo obsessivamente a mesma pessoa,
E beijo sua boca obsessivamente,
Mordo seu corpo, engulo seus pêlos,
Como suas veias, mastigo seus lábios,
Degusto você por inteiro
Obsessivamente...
Penso em seus olhos em todo amanhecer,
Sinto sua pele cada vez que o lençol
Pousa sobre meu corpo.
Repito, obsessivamente, sons mudos
Vejo cores que só existem em minha mente
Cores obsessivas...
E me deito novamente, nua novamente.
Obsessiva...

Rosalina Marcondes


Foto: Eduardo Barrox

Para ouvir o fonograma "Obsessiva", clique no botão do poema, na Jam Session 6 (Jam Session Players - Portal Cronópios)

Celta Ceia

Sacanagem
É você me comer
no jantar
E não se servir
de sobremesa

Rosalina Marcondes


Imagem retirada do blog Da Malena

Black Friday da Polícia de São Paulo





domingo, 4 de novembro de 2012

Erro de calibragem

Desde que instalei o sensor da bomba há 5 meses, passei por muitas situações no momento da calibragem que me deram bastante dor de cabeça ou acarretaram a falha do sensor, quando não as duas coisas ao mesmo tempo. Vou listar aqui as 3 situações mais comuns, pelas quais passei, de erro de calibragem:

- Calibragem com hipoglicemia ou hiperglicemia: embora a minha querida amiga enfermeira que me passou as instruções sobre a utilização da bomba de insulina e do sensor tenha me orientado para não fazer a calibragem em situações de hipo ou hiperglicemia, teimosa que sou, resolvi testar a informação. Não dá mesmo! Sempre que calibrei o sensor em situações de hipoglicemia (abaixo de 70mg/dl), ele funcionava, mas o índice glicêmico intersticial ficava sempre bem abaixo do índice medido na ponta do dedo. Já no caso de hiperglicemia (acima de 180mg/dl), a bomba não aceita a informação e apresenta a mensagem "erro de calibragem". Ao inserir novamente o índice glicêmico de hiperglicemia, ela apresenta de novo a mensagem de erro, e em seguida "sensor com defeito", sendo necessária a troca do sensor. Certa vez, na primeira calibragem após a instalação do sensor, minha glicemia estava em 319 mg/dl. Inseri esta informação na calibragem. A bomba até aceitou, mas depois de um tempo, começou a indicar quedas e subidas bruscas de glicemia (num momento apresentava 89mg/dl com duas setas para baixo, e 5 minutos depois mostrava 200mg/dl com duas setas para cima). No manual da bomba existe uma informação dizendo que a calibragem pode ser feita quando a glicemia estiver entre 40mg/dl e 400 mg/dl. Este erro já foi apontado para a empresa e será retirado dos próximos manuais. A calibragem só fuciona mesmo dentro de um padrão de normalidade glicêmica (para diabéticos), ou seja, entre 70 mg/dl e 180mg/dl. Se no momento da calibragem o meu índice glicêmico está acima ou abaixo desses números, não faço a calibragem antes da correção: se é caso de hipo, faço a ingestão de carboidratos suficientes para a glicemia se normalizar, e no caso de hiper, faço o bolus de correção indicado pela bomba. Apenas depois de normalizada a glicemia, faço a calibragem;

- Perda de contato entre o sensor e o transmissor: após inserir o índice glicêmico da ponta do dedo na bomba para a calibragem, ela demora uns 20 minutos para fazer os cálculos do índice instersticial. Se nesses 20 minutos posteriores à inserção dos dados ocorre a perda de contato entre o sensor e o transmissor, a calibragem não funciona, e a bomba apresenta a mensagem "erro de calibragem", e pede nova inserção de dados ("medir gs agora"). Assim, logo após a calibragem, procuro evitar situações que façam a bomba ficar distante do sensor, como tomar banho, por exemplo, para evitar esse problema de calibragem:

- ISIG baixo: o ISIG (interstitial glucose value), que sempre aparece na tela "estado do sensor", é o número correspondente à quantidade de células que estão em contato com o sensor no momento.  Este número pode variar bastante, inclusive em função do tempo de instalação do sensor e do local da instalação. Isso não é um dado científico, mas observei que, sempre que o sensor se dobra dentro da pele, o isig cai vertiginosamente. Quando o número do isig está abaixo de 5, o índice glicêmico intersticial costuma apresentar alterações maiores, e nem sempre corresponde à situação real. Uma vez coloquei o sensor bem na altura da cintura e, como trabalho sentada, minha barriga dobrava justamente sobre o sensor, que não durou dois dias, pois no segundo já apresentava um isig baixíssimo, e no momento da calibragem, deu erro e falha do sensor. Ao retirar o sensor da pele, percebi que ele estava completamente dobrado, era quase um "L".Assim, prefiro instalar o sensor no braço (na região do tríceps), onde o sensor dificilmente se dobra por dentro da pele. Mesmo assim, algumas vezes, no último dia antes da troca do sensor, o isig começa a cair, e, quando fica abaixo de 5, a bomba não aceita a calibragem, sendo necessária a troca do sensor pouco antes de seu fim.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Caminhando com o sensor

Ao começar a usar o sensor da bomba de insulina com monitoramento contínuo, cometi muitos erros (e ainda cometo) por falta de experiência e bastante teimosia. Mas para fazer caminhadas utilizando o sensor, já que tive orientação médica (e a segui), consegui acertar desde o começo. Há 3 opções para evitar hipoglicemias durante o exercício:

1. Suspensão da adminitração basal
O sensor, além de avisar sobre ocorrências de hipoglicemias e hiperglicemias, também pode nos ajudar a prevenir a queda e elevação dos níveis de glicose quando conseguimos aprender a interpretar as setas indicativas de tendências.
No primeiro dia em que fui caminhar utilizando o sensor, fiz uma experiência para saber qual o efeito do exercício sobre a caminhada. Quando saí de casa, minha glicemia estava em 180 mg/dl. Depois de uma hora de caminhada, a glicemia estava em 80 mg/dl. Portanto, a caminhada queimou aproximadamente 100mg/dl, que estabeleci como meu parâmetro de segurança.
Assim, adotei o seguinte procedimento para caminhar, que vem dando certo: se antes de sair para caminhar a minha glicemia está igual ou abaixo de 100mg/dl, suspendo a aplicação da basal. Se durante a caminhada ela ultrapassa 100mg/dl e apresenta uma seta indicativa de tendência para cima, retomo a aplicação da basal. Se um tempo depois ela volta a ficar abaixo de 100mg/dl com uma seta indicativa de tendência para baixo, suspendo novamente a basal, e só retomo ao chegar em casa.
Além disso, sempre levo comigo uma garrafinha (270 ml) de refrigerante doce, pois às vezes a glicemia continua caindo, mesmo após a suspensão da basal, e preciso tomar um pouco (nem sempre a garrafa toda, em geral 1/3) para evitar a continuidade da queda. Acompanhando as setas de tendência durante a caminhada, vou adaptando a aplicação ou suspensão da basal, e a administração de doses de refrigerante.
Apesar de conseguir evitar incidentes, levo também minha carteira de diabética, do plano de saúde, do SUS, minha identidade, e um pouco de dinheiro para o caso do refrigerante não ser suficiente para fazer a glicemia subir.
Se a basal permanece suspensa durante toda a caminhada, verifico duas horas depois se a glicemia não subiu por conta da suspensão. Pelo que venho observando, ela não sobe depois. 
Ainda que não seja uma caminhada esportiva, esse procedimento também dá certo quando me desloco a pé por períodos superiores a 15 minutos, ou quando faço uma caminhada na praia.

2. Diminuição da basal de duas horas antes da caminhada
Se a caminhada é feita no mesmo horário, também é possível programar a basal de duas horas antes um pouco abaixo do normal, para que durante a caminhada haja menos insulina agindo. No meu caso, costumo fazer uma caminhada das 11h00 às 12h00. Assim, diminuí a dose basal das 09h00 para conseguir caminhar tranquila. Mas nos dias de chuva ou de frio não faço a caminhada. Assim, se o dia amanhece feio, sabendo que não caminharei às 11h00, elevo um pouco a basal das 09h00. Se no dia seguinte amanhece com sol, abaixo novamente para fazer a caminhada às 11h00. Também funciona.


3. Basal temporária
Lendo o manual da bomba, descobri a basal temporária, e uma das indicações é justamente para a prática de exercícios. Assim, testei essa opção para ver como ficava minha glicemia. No horário que fui caminhar, a minha basal normal era de 0,65u/h. Faria uma caminhada durante uma hora. Assim, programei uma basal temporária de 0,35u/h (quase metade do padrão em que estava) pelo período de 2 horas. Apesar de precisar tomar meia garrafinha de refrigerante depois de 30 minutos de caminhada, consegui evitar quedas posteriores à prática do exercício, e a glicemia não subiu depois. Minhas medidas fora: antes-103; durante-92;1 hora após-126; várias horas após-98. Portanto, pode ser também uma boa opção, embora eu ainda prefira as duas anteriores. Mas isso vai de cada um, e pode ser que outras pessoas se adaptem melhor com esse método.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Fim do sensor de madrugada

Quando comecei a usar o meu sensor de glicemia da bomba de infusão de insulina em junho deste ano tive muitas dúvidas, e verifiquei que nem todas as soluções estavam presentes no manual. Procurando na rede mundial discussões acerca do assunto, encontrei muitos chats em inglês, e quase nada em português. Assim, criei a seção "Dicas do sensor" para compartilhar minhas experiências com outros usuários de bomba de infusão de insulina com monitoramento contínuo de glicose.

Na primeira vez em que o fim do sensor ocorreu de madrugada, por ter muitas hipoglicemias justamente nesse horário, não quis esperar até o dia seguinte para fazer a troca. Assim, instalei o sensor novo de madrugada mesmo. Mas descobri que nesse período, o sensor demora muito mais para ficar "molhado". Tive que esperar durante 1 hora até o sensor fazer contato com o transmissor. E depois de duas horas precisei acordar para fazer a primeira calibragem, o que me deixou muito cansada no dia seguinte

Ontém, o fim do sensor ocorreu à meia-noite. Para não passar pela mesma experiência inexitosa, e para não passar a noite sem monitoramento, com risco de hipoglicemias noturnas, reativei o sensor pela segunda vez. Em 10 minutos ele pediu a calibragem e continuou funcionando normalmente. Só hoje pela manhã, depois de passar a noite devidamente monitorada, fiz a troca do sensor, depois de carregada a bateria.


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Diabéticos x tabela nutricional incorreta

Carta enviada a "Peter Pão" (peter.pao@ig.com.br) sobre valores incorretos de quantidade de carboidratos e de informação duvidosa de ausência de açúcar nos produtos.

Bom dia.

Sou diabética há 26 anos e há 3 meses venho fazendo o tratamento com bomba de infusão de insulina. Para o sucesso desta terapêutica, é imprescindível o conhecimento dos valores corretos da quantidade de carboidratos de todos os alimentos, que são utilizados para fins de cálculo da dose de insulina a ser aplicada no momento da alimentação.

Vinha consumindo os pães da marca "Peter Pão" em função de seu custo benefício, por ser um produto de bom sabor e preço não muito alto. Entretanto, após o início da terapêutica com a bomba de infusão de insulina, minha glicemia após o café da manhã, depois de consumir duas fatias do "Peter Pão", sempre se elevava. 

A princípio, achei que a dose basal do período (responsável pelo controle da glicemia independente do consumo de alimentos) estava errada. Mas, experimentando pães de outras marcas, percebi que, além da quantidade de carboidratos indicada nos produtos "Peter Pão" (entre 30 e 34 g de carboidratos por 2 fatias) ser bem maior do que a média (entre 15 e 22 g de carboidratos por 2 fatias), quando consumia os pães das outras marcas minha glicemia após o café da manhã não subia.

Assim, concluo que a quantidade de carboidratos do "Peter Pão", apesar de superior à média, continua subestimada, ou que, ao contrário do informado, possui açúcar em sua composição, senão as duas coisas. 

Parei de comprar o produto desta marca em função disso, o que lamento profundamente, porque o pão é gostoso e o preço muito bom,  mas não posso consumir um alimento com indicação errada da quantidade de carboidratos, por arriscar minha saúde. 

Gostaria de um retorno da empresa, e que as informações fossem colocadas adequadamente na embalagem dos produtos "Peter Pão", para que outros diabéticos não consumam o produto sem saber o que estão comendo. Não importa que tenha açúcar, ou uma quantidade grande de carboidratos, contanto que essas informações sejam passadas corretamente aos consumidores, o que não vem ocorrendo.

Cordialmente,

Débora Aligieri




Resposta da "Peter Pão".


Bom Dia Débora,
 
Realmente, como você observou, o valor do carboidrato dos nossos pães são realmente superior aos dos demais pães. Porém, não tem adição de açúcar. O que usamos como substituto do açúcar é o extrato de malte e o valor indicado na embalagem é o real.
Lamentamos o ocorrido e nos colocamos a disposição para maiores esclarecimentos, inclusive, quanto ao extrato de malte.
 
Grata
 
Josi
(011) 3743.9608


domingo, 26 de agosto de 2012

Direito de greve x direito à vida e a omissão do Poder Público

Apoio de forma incondicional o direito de greve, frente às condições de trabalho ainda precárias dos brasileiros. Mas quando esse direito se opõe a outros relativos à dignidade do ser humano, acho que perde sua legitimidade. Em função da greve da ANVISA, esse mês não recebi os catéteres da minha bomba de infusão de insulina, porque o pedido já foi feito pela Secretaria do Estado da Saúde, mas os insumos estão retidos na alfândega. Não é possível administrar a insulina sem o catéter. Assim, continuando a greve sem um contingente mínimo de funcionários que garantam a liberação dos remédios, não conseguirei ministrar a insulina de que preciso para viver.

Os funcionários da ANVISA podem e devem lutar por seus direitos trabalhistas, conquanto que não ameacem a vida dos cidadãos. O problema é achar um ponto em que ambos estejam garantidos. Nesse momento, o direito à saúde e à vida de brasileiros que dependem de medicação para sobreviver estão ameaçados com a falta dos remédios. E como advogada, não posso ficar quieta. Qual a proposta do Governo Federal para solucionar o problema? Provavelmente nenhuma, já que em seu último comentário sobre o assunto o Ministro da Saúde negou a falta de remédios, na estratégia rasteira de negar a existência do problema para não precisar apresentar solução, e não correr o risco de mostrar que não tem nenhuma. E a OAB, quando vai se manifestar sobre o assunto?





terça-feira, 12 de junho de 2012

SNUFF POEM


Sua câmera on me 
Realidade fantástica
Vestida em pêlos hardcore
Para matar (ou morrer)

Com mordidas ferozes
Ecoam nossas vozes
Gritos pornográficos
Impropérios cenográficos
Sua lingua em projeção
Digere meus peitos em partes
Sua boca vermelhidão
Morde meu corpo em sangue

A cena em suspensão
Meu pescoço em suas mãos
Minha pele, pele do seu chão (pisa)
O público reprisa
Em útlima tomada
La pétite mort
Meu corpo em off

Gozei ou morri?






Rosalina Marcondes

quarta-feira, 14 de março de 2012

Cantigato na cadeira

Só na ponta da cadeira
Sentada `a margem social
Eu me olhando meu gato eu
Com aranhas na cabeça
Quero meu arranhador 

Ocupo apenas a margem
Em lembranças da infância
Queria ser parte inteira
Aranhas remotamente
Controladas na cabeça
Gato morde o papelão
Eu quero a cadeira inteira
Hoje quero mais café
Quero morder papelão 
E caminhar digna ao sol

Débora Aligieri

poema publicado na Revista Autor


Informações sobre Cantiga Palaciana, ou Como foi elaborado o poema:
A poesia palaciana tendeu a aprimorar-se tecnicamente, buscando expressividade nas próprias palavras. Do ponto de vista da forma, os poemas de então fazem uso consciente de rimas, métricas e ritmos bem marcados, de ambiguidades e jogos de palavras, de aliterações e de figuras de linguagem em geral. A métrica empregada são principalmente as redondilhas: a maior, com sete sílabas poéticas, e a menor, com cinco. De acordo com a disposição dos versos e das estrofes, os poemas da época são chamados de vilancete, cantiga e esparsa. Na cantiga há um mote de 4 ou 5 versos e uma glosa de 8 a 10. Cantigato na cadeira é uma cantiga em redondilha maior. Fonte: Cereja,Willian Roberto; Panorama da literatura portuguesa, 2o grau; William Roberto Cereja, Thereza Analia Cochar Magalhães; 2a ed. rev. e ampl.; São Paulo; Atual; 1997; pág. 29.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Don't Stop the Dance

Você vem
Sem me avisar
Sem bater entra
E me bate depois de entrar
E me segura pelos cabelos
No seu corpo
A camisa aberta, a calça aberta
Meu corpo aberto
Meus olhos te beijo
Seu abdome serpenteia
Me enleva
Me língua na sua barriga
Faz tocar meu desejo
Meus lábios te vejo
Umbigo em você
Sorrio em seu peito
Meu leito, me deito
Em seus mamilos
Procuro Freud
Mas só acho a vitrola
E a agulha me apontando
Não pare de dançar...

Rosalina Marcondes



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Caminhos Efêmeros da Poesia - Relógio "POESIA não tem hora"

Neste fim-de-semana, INAUGURAÇÃO das Instalações de ARTE "POESIA não tem hora", de LEE SWAIN em parceria com RITA ALVES



NO Parque Villa Lobos (28/01) e Parque Ecológico do Tietê (29/01)

EM 29 de JANEIRO, às 13h00, NO PARQUE ECOLOGICO TIETE (http://www.ecotiete.org.br/), na Rua Guira Acangatara, 70, Bairro: Engenheiro Goulart, CEP 03719-000 - São Paulo - SP. Poetas convidados: Débora Aligieri, Ana Roxo, Beatriz Di Giorgi, Márcio Werneck, Daniel Minchoni, Pedro Vicente Alves Pinto, Caco Pontes, Giovani Baffô, Sinhá Sinha, Dugueto, Sergio Cajado e Rita Alves